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Conteúdo destinado para profissionais e estudantes da área de saúde.
É importante adequar a quantidade de proteína na primeira infância, fase que vai do zero aos seis anos. O nutriente é essencial para o desenvolvimento infantil adequado, porém, em excesso, está relacionado com a obesidade infantil. Entenda a seguir porque é importante adequar as quantidades para evitar prejuízos na vida adulta.
A alimentação tem grande influência no crescimento e desenvolvimento infantil, principalmente nos primeiros 1000 dias de vida. O período que vai até 2 anos é o maior e mais importante período de “programação metabólica” e vai repercutir em toda fase escolar, até os 6 anos e depois, na vida adulta. 1
Excesso de proteína para crianças
O excesso de proteínas durante os primeiros meses de vida da criança é apontado como uma das principais causas do risco elevado de obesidade infantil e na vida adulta. 1,2
A ingestão proteica acima das necessidades durante a primeira infância eleva o risco de sobrecarga ponderal a curto, médio e longo prazo. Portanto, equilíbrio é fundamental! 1
Nos primeiros anos de vida, o leite de vaca é o principal fornecedor de proteínas de crianças alimentadas com Fórmulas Infantis (FI), que contêm teores elevados de proteínas oriundas desse leite. 3
O consumo excessivo de proteínas lácteas pode causar adipogênese elevada em crianças. Isto acontece, porque o alto teor proteico causa aumento de insulina e IGF-1, mas também por conta da leucina, aminoácido presente em altos teores no leite de vaca. 3
A leucina, principal aminoácido de cadeia ramificada - BCAA, é ativador da via mTORC1, que eleva atividade adipogênica, e maior ganho ponderal até 2 anos de idade. 3
Alimentos ricos em proteína de origem animal, e em BCAA, de uma forma geral parecem contribuir para o aumento significativo de IGF-1 circulante e maior ganho ponderal.
Observou-se 30% de aumento de IGF-1 com elevação da ingestão de leite de vaca 200mL para 600mL em crianças com 2 anos e meio de idade. 3
Mesmo após a fase da diversificação alimentar, a proteína láctea está muito presente na alimentação infantil sendo que os laticínios são o principal fornecedor de proteínas das crianças com idade entre 3 e 6 anos.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria para ingestão de leite para crianças é, em média de 600 ml/dia, preferencialmente por fórmulas infantis de primeira infância, fortificadas com vitaminas, minerais e com teor adequado de proteína. 2
Crianças alimentadas com leite materno apresentam níveis séricos de leucina inferiores às que tomam leite de vaca, que tem alto teor deste aminoácido. O aleitamento materno exclusivo até o mínimo 2 anos deve ser incentivado.
Obesidade infantil no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde cerca de 6,4 milhões de crianças apresentam excesso de peso no Brasil, sendo que 3,1 milhões já evoluíram para obesidade. 3
O Estudo Nacional de Nutrição Infantil ENANI avaliou crianças brasileiras de todas as regiões mostra que 1,4 milhões de crianças apresentam excesso de peso, observe como é em cada região:
Esses dados são preocupantes, já que crianças obesas têm mais chance de serem adultos obesos. O excesso de peso repercute na qualidade de vida da criança, por exemplo, afetando a saúde escolar e o desempenho escolar. 2
A alimentação durante a primeira infância deve ser equilibrada, variada e nutricionalmente balanceada, e as refeições já devem ser semelhantes à alimentação da família. 4
Deve conter como fonte proteica, carnes, ovos, leguminosas, além dos lácteos. 2
O uso de fórmulas infantis com concentração proteica maior proveniente do leite de vaca parece induzir diferenças no crescimento e desenvolvimento da criança, nomeadamente aumentando o risco de obesidade infantil, portanto, é importante buscar por fórmulas com quantidade adequada de proteína.
1. PINTO, Sofia Patrícia Sousa. Influência da ingestão proteica na obesidade infantil. 2020.
2. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de Orientação: Obesidade na Infância e Adolescencia. 3ª ed. 2019. p.177.
3. GÜNTHER, Anke LB et al. Early protein intake and later obesity risk: which protein sources at which time points throughout infancy and childhood are important for body mass index and body fat percentage at 7 y of age?. The American journal of clinical nutrition, v. 86, n. 6, p. 1765-1772, 2007.
4. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de Alimentação da infância à adolescência. 4ª ed. 2018, p.40-41.
“O MINISTÉRIO DA SAÚDE INFORMA: APÓS OS 6 (SEIS) MESES DE IDADE, CONTINUE AMAMENTANDO SEU FILHO E OFEREÇA NOVOS ALIMENTOS.”
"O MINISTÉRIO DA SAÚDE INFORMA: O ALEITAMENTO MATERNO EVITA INFECÇÕES E ALERGIAS E É RECOMENDADO ATÉ OS 2 (DOIS) ANOS OU MAIS.”